Die, die, my darling
Foi migrado com os devidos cuidados para:
http://nerdquest.wordpress.com/
Espero voltar a postar de lá. Ou não. Mas se eu voltar a postar, certamente não será aqui.
Ah, vocês entenderam.
bjundas
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E eu pensava que algo assim nunca aconteceria. Soterrado pelo meu próprio pessimismo, podia apostar que as novas gerações de nerdizinhos eram bem mais suscetíveis aos atrativos coloridos e barulhentos de uma raid no Mundo de Warcraft do que a explorar a Montanha de Fogo, munidos de lápis e dados. Aliás, só o tempo dirá se esse relançamento converterá novos fiéis ou apenas trará orgasmos nerds aos fãs nostálgicos.
Mas se você – infiel imundo – não sabe o que eram os livros-jogos Aventuras Fantásticas, eu vou tentar explicar do modo mais não-didático possível, ou seja, a partir das minhas parciais recordações de pré-adolescente virgem.
Em tempos ancestrais, quando o RPG era tão desconhecido que não chegava nem a ser coisa do demônio e A Espada Selvagem de Conan era o máximo de publicação especializada em RPG que o mercado “oferecia”, as Aventuras Fantásticas reinavam supremas. O material de RPG em português era quase inexistente e eu passava maus bocados me digladiando com os suplementos de GURPS
Mas, naquela época, se você queria ter uma experiência rpgística e não tinha um grupo a sua disposição, não iria perder seu precioso tempo com WOW, esse vício sebento. Você iria comprar uma Aventura Fantástica em qualquer livraria.
O meu ritual era quase o mesmo de uma sessão de RPG. Eu me sentava à mesa, preparando cuidadosamente o material de jogo: um lápis, borracha, a Folha de Aventuras do meu personagem e dois pares de dados (um para mim e outro para os inimigos, claro - acha que eu ia dar esse mole e usar os meus dados pros monstros?). Pegava um pacote de biscoitos recheados e uma garrafa de Coca Cola (o então equivalente a cerveja e amendoim) e mandava ver. Não descansava até chegar ao famigerado parágrafo 400.
E roubava muito. Óbvio, eu queria me convencer de que não estava roubando, tinha escrúpulos. Mas porra – não tinha ninguém olhando! Era eu quem decidia quando um lance de dados espelhava, e isso era muito poder para um pré-adolescentezinho misantropo metido a besta.
Sem contar que naquela época eu não conhecia o conceito de sincretismo de regras de RPG, algo que hoje faria sem pudor. Ia sair incorporando modificadores de hit location e multiplicar qualquer dano por 3 – “porra, acertei, dano de perfuração nos órgãos vitais!”. E também só começo a fazer testes pra ver se não morro quando a minha Energia chegar ao negativo. E por que não ter Sorte negativa? Ou usar saving throws sempre que for necessário? Sei lá, as regras tinham que ser mais flexíveis. Eu quero usar o meu herói com super-força de Encontro marcado com o M.E.D.O. no Calabouço da morte. Não posso? QUEM VAI ME IMPEDIR? O Steve Jackson vai vir me dar porrada e me chamar de putinha suja?
Ok, ok, just being a bitch.
Voltando ao assunto inicial, estou radiante de felicidade porque finalmente poderei recomprar alguns dos livros que emprestei e, pobres coitados, nunca encontraram o caminho de volta pra casa (a saber: O feiticeiro da montanha de fogo, Encontro marcado com o M.E.D.O. e Prova dos campões).
Ah, e tem
Eu ainda vou zerar essa merda.
E lembrando que os primeiros jogos de RPG que eu mestrei (e que joguei) na vida foram do RPG – Aventuras Fantásticas, um livreto que vinha com duas aventuras bem básicas: dungeons safadas na acepção mais true do termo, com dragões e magos malignos. Antes de GURPS. Antes de AD&D. E que mais tarde foram expandidos com vários suplementos. Mestrei uma campanha de Gurps por alguns anos no mundo de Allansia (o mundo onde os livros-jogos de fantasia se passavam), da qual tomaram parte a Gorda, o Ary, o Café e muitos outros manés que não comiam ninguém (alguns ainda não comem, inclusive).
Pensando bem, se o meu pai quisesse processar alguém por eu não ter me tornado o atleta comedor de mulheres que ele sempre idealizou, está aí o culpado: Aventuras Fantásticas. RÁ!
Vou ali tatuar minha testa com um unicórnio branco dentro de um sol radiante, que é o repelente padrão de zumbis e necromantes, e assim terminar A Cidade dos Ladrões (fatão que o nível de breguice contava pra potencializar as tatuagens mágicas).
Bis dann!
P.S.- sem contar que no meu próprio livro (o Nerdquest, vocês sabem) tem citação a Aventuras Fantásticas e especialmente ao maldito Nave espacial Traveller.
P.S 2 – E
(O Ary colaborou com esse post via msn. Ele também não zerou A nave espacial Traveller, mas conseguiu terminar meu conto-jogo sobre pegação na night. Não que ele seja bom nisso.)
Marcadores: Literatura, RPG
High concept é
E a conclusão é
Duvida? Vamos
Daí, imagine
Velociraptors
Viu
O
*
Ah,
Resenha/entrevista no blog Melhores do Mundo, um site que entende de nerdice como poucos.
Resenha e entrevista no site de resenhas Resenhando.
Resenha no site do Café, que é um baita jabázão porque ele é meu amigo desde os idos tempos de Santo Agostinho. Mas o jabá é válido e o site merece a *sua* visita, seu mané.
*
De resto, até a próxima atualização. Se tudo der certo vai ser ainda esse ano.
Marcadores: Nerdquest, Velociraptors, Zumbis
- E aí, cerveja mais tarde? Bar do Anão?
- Não róla, tenho que estudar. Prova sobre Macbeth amanhã.
- Porra, Macbeth é ridículo! Deixa de ser sóbrio!
- Num fode.
- Sério, eu desenvolvi um método pra compreender perfeitamente qualquer obra literária do cânone ocidental.
- Claro que desenvolveu. Então?
- É só comparar tudo com X-Men.
- Ahm. Tu já ta bêbado? Sabe que horas são?
- Sério, vai lá, compara aí. Vai por mim. Funciona.
- Beleza. Isso pode ser divertido.
- Sempre é.
- Bom, o Macbeth tem que ser o Ciclope. É o soldado perfeito, voltando da guerra, vitorioso e bem sucedido. Está prestes a ser promovido a Thane of Cawdor.
- Hã?
- Ok, líder dos X-Men.
- Agora sim.
- A Lady Macbeth, obviamente, é a Jean Grey. Mas, possuída pela Fênix Negra, ela envenena os ouvidos do Ciclope, persuadindo ele a cometer o assassinato do rei, ops, do Professor Xavier.
- O Ciclope nunca mataria o Professor Xavier assim, de bobeira.
- É, mas tá aí a graça. Quando ele tá voltando da guerra, o Ciclope encontra as Três Bruxas...
- Ein?
- Três Bruxas com poderes de ver o futuro...
- Fácil essa. Deixa eu te ajudar. Três Bruxas precogs podem ser..., sei lá, a Sina, a Feiticeira Escarlate e o pintor do Heroes. Então?, continua.
- Bom, elas vêem o futuro do Ciclope, dizem que ele se tornaria rei, ops, diretor da Escola Xavier. E ele fica boladão e tudo mais, né, deduzindo que para isso ia ter que matar o atual diretor. Só que eu concordo com você, ele nunca faria isso assim, de bobeira.
- Aí que entra a Fênix Negra.
- Isso. Ela dá uma prensa nele. Diz que ele tem que ter atitude, tem que ser o machão da parada. Matar o rei, porra.
- Não dá pra dizer não pra Fênix Negra. Mó ruivona gostosa de colante e tal.
- É, esse ponto é auto-explicativo. Ruiva. Colante.
- E aí?
- Acontece que a Fênix vai recuperando os sentidos e volta à personalidade de Jean Grey, ela não consegue viver com o fardo de ter tomado parte no assassinato do Xavier.
- Claro que não consegue. Ela destruiu um planeta inteiro quando estava doidona, eu lembro. Deve rolar um remorsinho. E depois...?
- O que você acha?, não leu a Saga da Fênix Negra? Ela se mata, porra. No meio do cerco do castelo.
- Ah, mas é claro. A Jean se desintegra, quando róla aquela porradaria com a Guarda Imperial Sh’iar.
- Caralho, mané, não é que está funcionando?
- Porra, você precisa estudar mesmo?
- Putz, Shakespeare é moleza, queria ver minha professora explicar a cronologia dos X-Men.
- E, cá pra nós, Dias de um Futuro Esquecido deixa qualquer Macbeth no chinelo.
- Demorou tomar cerveja. Que horas no Bar do Anão?
(Diálogo realmente inspirado em uma conversa de msn. Só conheço gente maluca)
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Este é um post cheio de não-novidades. Estava tão ansioso para não-contar todas essas não-novidades que nota-se como o post veio tão surpreendentemente não-rápido.
Graças à minha falta de assiduidade em atualizar essa joça, venho sendo sistematicamente espinafrado por onde quer que eu ande (o que significa no bar do anão e no caminho entre a minha casa e o bar do anão).
(Se bem que também fui espinafrado hoje de manhã cedo indo pro trabalho, oh a repressão!)
Para acalmar vocês, estou fazendo um não-post. Não usufruo de tempo hábil para escrever algum textinho divertido e entretê-los. Não tenho novidades sobre o livro – que livro? Então, esse post é realmente inútil.
Mas, como eu sou um cara realmente legal, vou tentar enchê-lo com algumas abobrinhas, pra que vocês não peçam seu dinheiro de volta.
*
Pra quem não sabe, eu estudo na UERJ. Falo mal dela o tempo inteiro, mas gosto daquela merda, admito. E, aproveitando que estamos em greve, reivindicando implantes de pênis de 25cm pra todos os alunos integrantes da cota para alunos de pau pequeno (eba, demorou!), tive tempo de ler Coisas Legais.
Tipo Crooked Little Vein, o romance do (escritor de HQs) Warren Ellis. O Ellis tira um sarro com toda essa onda de conspirações e ainda sacaneia o conservadorismo paranóico americano. É a história de um detetive loser, contratado pra procurar a constituição de backup dos EUA - os Founding Fathers teriam escrito uma constituição “reserva”, extremamente conservadora, para garantir que as coisas voltassem pros eixos se saíssem “errado” (e os políticos conservadores americanos julgam que sim, as coisas tinham saído errado). Qualquer um com um fraco para bizarrices sexuais vai rolar de rir (pense em juntar as palavras bukkake e Godzilla na mesma expressão e você saberá do que estou falando).
Li também Cabeça Tubarão, de Steven Hall, outro livro foda. Um cara tem as memórias devoradas por um tubarão conceitual feito de idéias. Porra, genial. Pena que a tradução (da Companhia das Letras) dá umas vaciladas feias. Tipo, esse é o único livro onde você vai encontrar uma equipe de médicos que pesquisa a Teoria das Cordas. Physicist, physician – tem uma aulinha na Cultura Inglesa sobre essas coisas, os tradutores conhecem como falsos cognatos, you know.
E, pouco antes de começar a greve, eu tinha lido Everything You Know, da Zoe Heller, e também achei foda. Fácil de ler, recheado de ironia e humor nigérrimo.
*
Ah, vou admitir uma parada aqui. Eu me procuro no Google. É patético. Se eu ganhasse uma cerveja pra cada vez que me procurasse no Google, nunca mais habitaria o mundo dos sóbrios novamente. Mas o legal é que volta e meia eu vejo alguém em algum blog comentando que quer ler o Nerdquest. O meu apelo é LEIAM! Mas antes, COMPREM! E, de preferência, comigo (que inclusive sai barato e vem com dedicatória). Tem duas caixas de livro aqui
Fica aqui o link para um blog legal em que rolou uma resenha surpresa.
*
Enfim, meu cachorro lhes destila todo o seu escárnio, mostrando a língua:
Até a próxima, ou não! Bjundas!
(np: Coldplay - Cemeteries of London)