Nerdpride, rapá
Cool, deveras cool. Quem diria que depois de ser a vida toda achacado por tropas e tropas de valentões da escola, algum dia o rótulo nerd se tornaria cool. O corno que roubava o dinheiro do meu lanche – e hoje deve ser um professor de educação física careca – estaria se roendo de inveja, se não fosse um analfabeto funcional incapaz de ler algo mais complexo do que um placar de futebol.
Em algum momento vou escrever um texto sobre esse assunto, essa onda hype de Nerdpride. Tenho algumas considerações interessantes a fazer, mas preciso bolar duas dúzias de trocadilhos engraçadinhos pra esvaziar a credibilidade das minhas idéias. Odeio ser levado a sério.
Então, segue a imagem, pra vocês que ainda estão duvidando:

Eu sou o mané ali em cima, à direita. A reportagem está maneira mesmo, mas deixa eu registrar um protesto pra nerdizinha que tá ali, à esquerda. Mó gatinha e tal, mas PUTAQUEMEPARIU, que broxante, sair na foto lendo DC vs Marvel?? Em um jornal de circulação nacional?? DEUS ME FOCKIN LIVRE! Se a questão era aparentar ser nerd cool, que aparecesse lendo uma Superaventuras Marvel em formatinho com a Tropa Alfa na capa. Sério, ninguém merece DC vs Marvel. Aposto que ela tinha uma arma apontada pra cabeça. Ou something.
Vale lembrar que dá pra comprar A PORRA DO MEU LIVRO comigo. Vem com uma dedicatória amável e vários desenhos de passaralhos. Ou não, se você quiser eu desenho um Pikachu cigano, tudo ao gosto do freguês. Basta escrever pro meu adorável email, o afamado pedrogmvieira@gmail.com .
Tá bom, Gorda, Ary, aceito meu pagamento em cerveja.
Anyway, o livro é uma “ficção alternativa”. Um rótulo divertido pra um sub-gênero da ficção científica/fantasia, que envolve brincar com fatos históricos e literários e perverter a porra toda. Tipo um League of Extraordinary Gentlemen. Não é um simples “o que aconteceria se o Paraguai vencesse a Guerra do Paraguai”, é algo tipo “o que aconteceria se o Peru vencesse a Guerra do Paraguai com auxílio das Lhamas Mutantes do Dr. Moreau”. Sacou? O bagulho é extrapolação séria. Todos nós no Brasil estaríamos vestindo ponchos? Estaríamos bebendo pisco em vez de cachaça? As lhamas seriam o nosso único meio de transporte? Em vez de rodas de samba, teríamos índios com flautas tocando “Imagine”? Pois é, tem que ter cojones.
E no livro nós temos zumbis frankenstenianos (genial!) e o Aquaman do Dr. Moreau. É um tipo de literatura que demanda uma boa dose de pesquisa, e as referências são peça chave para “validar” as perversões impostas aos cânones históricos/literários.
Mas, colocando toda essa farofa pseudo-literária de lado, a melhor parte do livro são os zumbis.
Porra, colocar zumbi sempre é covardia. Ganha o meu coração na hora.
O episódio insólito da vez fica por conta do meu irmão, o cara mais bonito do Rio de Janeiro depois de mim. É o seguinte, o rapaz é uma pessoa saudável, atleta, maratonista, 2% de gordura, não bebe e nem fuma e, ironicamente, tem o coração bichado. Bem feito, quem mandou ser saudável, éin?
O que aconteceu: o mané havia terminado um procedimento inofensivo (deram um boot no coração dele, e felizmente não precisou reinstalar nada), mas que exigiu que o pobre diabo fosse dopado de morfina até as orelhas. Acordando do procedimento, ele teve a pior bad trip de distúrbio de personalidade da história da humanidade.
“EU SOU OBINA! EU ENTRO NO SEGUNDO TEMPO PRA DEFINIR! OBINA NÃO PERDOA! OBINA DECIDE! PÓ’ DEIXÁ COMIGO!”
Isso durou alguns segundos realmente assustadores. Até que uma enfermeira jeitosinha entrou no quarto e ele voltou a si – e perguntou se não rolava um cafunézinho.
(np: Muse - Knights of Cydonia, e o show é amanhã, yay!)
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