segunda-feira, dezembro 12, 2005

Vou-me embora pra Nárnia, lá sou amigo do rei...

Ultimamente, o tempo para escrever tem estado curto, muito mais do que eu gostaria. Porém, vou aproveitar o surto de excitação desenfreada que estou experimentando após ver Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa para atualizar o blog. Pelo menos, já que ainda não tenho tempo pra terminar de escrever meu épico de fantasia medieval erótica de 6 mil páginas.

Agora falando sério. Minha primeira reação, após sair do cinema, foi ponderar se, quando criança, eu realmente havia examinado direito o interior do meu guarda-roupa. Posso ter deixado passar alguma coisa, esse é o meu medo. Eu quero Narnia pra mim. Não interessa que esteja velho e não caiba mais no armário, todas as pessoas deveriam ter direito a uma temporada em Narnia.

Tá, tá, sei que isso tudo está soando meio afetado demais e que, à primeira vista, deve estar parecendo que eu virei evangélico ou saí do guarda-roupa de vez (não, não tem nada a ver com o Narnia, é uma piada infame e só funciona com trocadilho, por favor).

Uma das coisas mais cativantes no filme é deixar bem óbvio que ainda se pode fazer uma excelente história politicamente correta em essência. O que quero dizer é que se nota que a película não é politicamente correta graças à paranóia histérica de seguir as fórmulas e etiquetas exigidas nesses estranhos tempos atuais, e sim por que é uma história por si só politicamente correta. É inocente resvalando na bobice, sem trespassar demais os limites. Em nenhum momento você duvida do final feliz iminente. E está lá, o final feliz mais previsível do planeta, mas que deixa todo mundo com um sorriso bobo na cara.

Não tem uma gota de sangue. Os heróis mirins não saem estraçalhando cabeças de orcs – ops, minotauros – assim que têm chance de pegar numa espada, e, mesmo assim, não fica aquela sensação de que houve alguma forçação de barra pra diminuir a censura do filme nos EUA. Os conflitos clichés entre os personagens se resolvem como todos esperam que se resolveriam, todos se amam e ficam amigos. Pode parecer asqueroso, mas é foda. Kicks LotR´s lame ass.

Sem contar que eu já escolhi o personagem-mais-foda-que-só-aparece-em-duas-cenas-no-filme da história do cinema nerd. É o centauro mouro que luta com duas cimitarras. Todos os jogadores de D20 no cinema saíram calculando quantos feats e quais prestige classes tem que pegar pra ficar fodão daquele jeito. Naturalmente, sendo eu o GM, proibia esse tipo de mamata.

Vejam o filme sem pretensões, divirtam-se, e, quando chegarem em casa, não esqueçam de checar se há algo de anormal dentro do guarda-roupa. Se houver, sorte, por que infelizmente aqui em casa eu ainda estou procurando. :(


(e, pelo visto, terei que me contentar com os bonequinhos do filme que vem no McLanche Feliz...)

saludos a todos

np: Marillion - Easter (pra combinar com o clima enfarofado desse post)