quarta-feira, setembro 28, 2005

Está valendo... (e o Harry Potter novo...)

Sem enrolação, resolvi começar o blog com um assunto extremamente polêmico, pra receber ameaça de morte logo de uma vez. Vou falar mal do Harry Potter novo. Não tem nenhum spoiler sério, mas se você for muito fresco, não leia.

Bom, antes de começar a espezinhar o pobre Harry, melhor deixar as coisas bem claras. Eu não sou fã alucinado, do tipo que está com todos os livros encomendados em pré order na Amazon desde a invenção da imprensa. E nem li de sacanagem pra falar mal. (Eu fiz isso com o Código da Vinci. Falar mal é realmente um passatempo extraordinário, pena que eu não ganho dinheiro pra isso).

Na minha humilde opinião a J. K. Rowling perdeu o pique feio (e ela deve estar se revirando na sua cama forrada de milhões de dólares, sem dormir por que não conseguiu agradar um designer desempregado metido a escritor). O grande trunfo dos dois livros anteriores era fugir da rotina de Hogwarts (que já estava mais que saturada depois do terceiro livro), criando situações cada vez mais inusitadas e deixando a trama e as sub-tramas ainda mais complexas, em outras palavras, que nem livro de gente grande. O primeiro capítulo do Half Blood Prince é genial, o ministro da magia visitando o Primeiro-Ministro da Inglaterra. Por acaso, depois de ver o filme Simplesmente Amor eu passei a imaginar o Primeiro-Ministro inglês como o Hugh Grant (bom, isso foi só um lembrete pra não esquecer de abordar esse assunto com meu psicólogo; não tem nada a ver, podem esquecer que leram). Voltando ao livro, a partir daí ele cai em um marasmo que em momentos chega a dar nos nervos.

O Peter David (escritor de quadrinhos picudão) escreveu no blog dele um comentário extremamente pertinente. O Harry passa a desgraça do livro inteiro repetindo que o Malfoy está "up to something". E ninguém dá a mínima bola pro moleque! Ora porra, depois de derrotar o Voldermort trezentas vezes e salvar aquela escolinha outras trezentas, o veadinho merecia um mínimo de crédito! E isso é martelado durante as 600 e porrada páginas de um modo tão insistente que eu tinha quase certeza que a última frase do livro ia ser: “Viram, eu não avisei? Se fudeu geral!”

As partes em que o Dumbledore faz um “Por Trás da Fama” sobre o Voldermort são sacais e acrescentam muito pouco no final. E pior de tudo, aquela palhaçada dos horcruxes é o recurso de plot mais Dragonball Z da história, faz parecer que o próximo livro vai sair direto pra Playstation. Deixa a impressão que aquilo foi uma solução porca, que a autora não sabia onde queria chegar (claro, ela podia ter planejado tudo isso desde o primeiro livro e, astutamente, nos enganou para que aparentasse ter sido uma solução porca!! Genial, como será que ela pensou nisso?).

Ah, eu mencionei que ocorrem atentados em Hogwarts? Grandes merda, nenhuma novidade. Desde o segundo livro o Basilisco já perambulava pelos corredores transformando geral em pedra entre uma aula e outra. É a escritora reciclando as próprias idéias.

E os leitores (eu incluso) estavam com tanta expectativa para alguns momentos inevitáveis do livro (como os relacionamentos amorosos dos personagens, que já estão com 17 anos de idade, ou seja, na idade de começar a pegação) que quando eles acontecem, acabam não parecendo grande coisa. A batalha de Hogwarts também, ao contrário do combate no final do livro 5, acaba sendo meio “blé” (esse adjetivo diz tudo), por que a J. K. Rowling resolve focalizar a narrativa exclusivamente no Harry, enquanto o pau tá comendo solto em todos os outros cantos do castelo.

Uma última nota, eu quero saber é quando os personagens coadjuvantes inúteis vão começar a morrer. Todo mundo sabe que quando personagem coadjuvante ganha nome é por que vai morrer (vide o seriado Lost). A sra. Rowling está papando mosca, já devia ter iniciado a contagem de corpos de uma vez, afinal é isso que todo mundo está esperando, porra: CAOS, MORTE e DESTRUIÇÃO!

Bom, mas eu mencionei que o livro é legal? Que o final é foda? Que vale a pena ler? Vale sim, e eu sou um chato de galochas, admito.


np: Jorge Drexler - se va, se va, se fue (do disco Eco)

2 Comments:

Blogger Pedro Fraga said...

Se ela não começar a matar personagens coadjuvantes que ganham nome, não vai poder nunca matar um mesmo personagem duas vezes por falta de atenção! Viva o Robertão (Jordan), por nos trazer momentos "erros de continuidade na literatura"!

;p

5:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

cara , voce idiota ou o que ? , acho que voce só faz isso da vida reclamar dos outros , se voce nao gosta do livro nao leia voce n é obrigado ou é ? cuida da sua vida e deixa os outros ,se voce nao tem criatividade para fazer historias , deixe os outros , e veadinho é vc

10:49 AM  

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