terça-feira, julho 29, 2008

Nerdpride, rapá

Ok, quando o Andy Warhol falou aquele parada sobre 15 minutos de fama, eu nunca imaginei que teria os meus. Yay! Minha ilustre participação abrilhantou a recente reportagem do Megazine sobre Orgulho Nerd.

Cool, deveras cool. Quem diria que depois de ser a vida toda achacado por tropas e tropas de valentões da escola, algum dia o rótulo nerd se tornaria cool. O corno que roubava o dinheiro do meu lanche – e hoje deve ser um professor de educação física careca – estaria se roendo de inveja, se não fosse um analfabeto funcional incapaz de ler algo mais complexo do que um placar de futebol.

Em algum momento vou escrever um texto sobre esse assunto, essa onda hype de Nerdpride. Tenho algumas considerações interessantes a fazer, mas preciso bolar duas dúzias de trocadilhos engraçadinhos pra esvaziar a credibilidade das minhas idéias. Odeio ser levado a sério.

Então, segue a imagem, pra vocês que ainda estão duvidando:


Eu sou o mané ali em cima, à direita. A reportagem está maneira mesmo, mas deixa eu registrar um protesto pra nerdizinha que tá ali, à esquerda. Mó gatinha e tal, mas PUTAQUEMEPARIU, que broxante, sair na foto lendo DC vs Marvel?? Em um jornal de circulação nacional?? DEUS ME FOCKIN LIVRE! Se a questão era aparentar ser nerd cool, que aparecesse lendo uma Superaventuras Marvel em formatinho com a Tropa Alfa na capa. Sério, ninguém merece DC vs Marvel. Aposto que ela tinha uma arma apontada pra cabeça. Ou something.

Vale lembrar que dá pra comprar A PORRA DO MEU LIVRO comigo. Vem com uma dedicatória amável e vários desenhos de passaralhos. Ou não, se você quiser eu desenho um Pikachu cigano, tudo ao gosto do freguês. Basta escrever pro meu adorável email, o afamado pedrogmvieira@gmail.com .

*


Pois é, o negócio é capitalizar em cima desses quinze minutos de fama. Tô cobrando por hora pra mestrar GURPS. Terceira ou quarta edição. Sério, eu sou um mestre sinistro. Prometo não matar todo mundo na primeira hora de jogo, até porque eu cobro por hora, né?, que nem piranha. E sai mais caro pra mestrar D20, porque detesto sistema que parece jogo de computador. E Desafio dos Bandeirantes, Elric e Paranóia, com tarifas a combinar.

Tá bom, Gorda, Ary, aceito meu pagamento em cerveja.

*


Então, o único livro que consegui ler inteiro nessas parcas férias foi o interessante A Mão que Cria, do Octavio Aragão. Não estou sendo péla saco porque o Octavio foi professor da Escola de Belas Artes (onde eu estudei em um momento negro e conturbado da minha vida), até porque ele não gosta de RPG. Quem não gosta de RPG bom sujeito não é, como diria o Ary.

Anyway, o livro é uma “ficção alternativa”. Um rótulo divertido pra um sub-gênero da ficção científica/fantasia, que envolve brincar com fatos históricos e literários e perverter a porra toda. Tipo um League of Extraordinary Gentlemen. Não é um simples “o que aconteceria se o Paraguai vencesse a Guerra do Paraguai”, é algo tipo “o que aconteceria se o Peru vencesse a Guerra do Paraguai com auxílio das Lhamas Mutantes do Dr. Moreau”. Sacou? O bagulho é extrapolação séria. Todos nós no Brasil estaríamos vestindo ponchos? Estaríamos bebendo pisco em vez de cachaça? As lhamas seriam o nosso único meio de transporte? Em vez de rodas de samba, teríamos índios com flautas tocando “Imagine”? Pois é, tem que ter cojones.

E no livro nós temos zumbis frankenstenianos (genial!) e o Aquaman do Dr. Moreau. É um tipo de literatura que demanda uma boa dose de pesquisa, e as referências são peça chave para “validar” as perversões impostas aos cânones históricos/literários.

Mas, colocando toda essa farofa pseudo-literária de lado, a melhor parte do livro são os zumbis.

Porra, colocar zumbi sempre é covardia. Ganha o meu coração na hora.

*

O episódio insólito da vez fica por conta do meu irmão, o cara mais bonito do Rio de Janeiro depois de mim. É o seguinte, o rapaz é uma pessoa saudável, atleta, maratonista, 2% de gordura, não bebe e nem fuma e, ironicamente, tem o coração bichado. Bem feito, quem mandou ser saudável, éin?

O que aconteceu: o mané havia terminado um procedimento inofensivo (deram um boot no coração dele, e felizmente não precisou reinstalar nada), mas que exigiu que o pobre diabo fosse dopado de morfina até as orelhas. Acordando do procedimento, ele teve a pior bad trip de distúrbio de personalidade da história da humanidade.


Acordou aos berros:

“EU SOU OBINA! EU ENTRO NO SEGUNDO TEMPO PRA DEFINIR! OBINA NÃO PERDOA! OBINA DECIDE! PÓ’ DEIXÁ COMIGO!”

Isso durou alguns segundos realmente assustadores. Até que uma enfermeira jeitosinha entrou no quarto e ele voltou a si – e perguntou se não rolava um cafunézinho.
bjundas


(np: Muse - Knights of Cydonia, e o show é amanhã, yay!)



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terça-feira, julho 08, 2008

Paraty, pte 2

É, fiquei devendo o resto do relato das Crônicas de Paraty.

E, pra vocês não dizerem que eu sou moleque, aqui está um comedido resumo. Clica, porra.

E até com direito a imagem, pra quem não viu:



Pois é, tive a minha primeira experiência de pop star. Nunca tinha tirado foto fazendo pose no meio da rua. Foi constrangedor, mas deveras divertido. Sério, experimente. Comece enchendo a cara de cerveja, depois junte-se com mais 8 ou 9 amiguinhos e vá pro meio da rua. Enquanto um amiguinho (o que tiver o maior semblante de seriedade e a câmera fotográfica com mais pinta de profissa) tira as fotos, e dois amiguinhos ficam dirigindo e tomando nota, você e seus outros amiguinhos ficam posando blasêmente em alguma esquina bem movimentada. Aproveite pra fazer isso no meio de um evento de grande porte. Bingo. Vai ter um monte de mané parando pra tirar foto também. E perguntando: “de que país eles são?”, “qual novela tão filmando?” e você ainda vai ouvir “vou tirar foto de qualquer maneira, vai que alguém fica famoso aí?”.

Agora, sabe o que seria realmente maneiro? Se todo mundo estivesse fantasiado de zumbi. “Novos autores mortos-vivos reivindicam a imortalidade na FLIP, não ia dar uma manchete foda?

Ainda mais no ano de centenário da morte do nosso Machado de Assis, o fundador da Academia Brasileira de Letras e, portanto, o primeiro imortal. Imortal my ass, a nova geração prefere a zumbificação à imortalidade. Interprete como quiser. HAHA.

Aproveitando a inspiração momentânea, segue esse belo vídeo que a Gorda me passou, o trailer de uma pérola chamada Revenge of the Gangbang Zombies. Reiterando que sou tão a favor de gangbangs quanto sou a favor de zumbis.

Então, isso foi a FLIP. Comprei dois livros, um do colombiano que falou mal de todo mundo e outro da Zoe Heller, porque tava barato e eu fui com a cara. Conheci um poeta flamenguista (o que já é um indicativo da alta qualidade dos trabalhos do cara). Tomei mais cerveja do que deveria. Tirei poucas fotos. Vi o Neil Gaiman jantando e – ponderadamente – decidi não incomodá-lo. E é isso, de volta à vida real e, provavelmente, à escassez de posts. Ou não. Sempre é uma incógnita.

Bjundas

(np: Weezer - Heart Songs)

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domingo, julho 06, 2008

Paraty, pte 1

EM primeiro lugar, eu admito que mereço o escárnio universal pela periodicidade com que atualizo essa joça. Pois é, o cara lança uma porra de um livro, mas não atualiza a bosta do blog. Hehe. Tô atualizando agora. Então, não enche. (Basicamente, isso se dirige às três pessoas que lêem esse blog: a Gorda, a Bruna e o Ary).

Então, lancei um livro e tal. Todo mundo já tá sabendo. E nada mais clichê do que ir à Flip! Uhu! Coloquei meus óculos quadrados de intelectual e lá fomos nós.

(Por uma deveras agradável coincidência, quem estaria na FLIP? Quem? o Neil Gaiman! Justamente no ano em que eu lanço meu primeiro livro. Isso se chama TIMING, meninos, aprendam com o garotão aqui).

Bem antes do fim da mesa do Gaiman (que ele participou com o Richard Price - quem?), tava na cara que a fila de autógrafos ia tomar proporções bíblicas. Era só olhar em volta pra ver a legião de fãs default de Sandman (na qual eu me enquadro facilmente, só não estava com os olhos pintados de Morte porque não tenho vocação pra travesti). Não deu outra, o leviathan se materializa em forma de fila. Por sorte eu ainda consegui um lugar razoável e esperei duas horinhas.

Quando chegou a minha vez, já estava prevendo mais um episódio Don Lázaro Venturini. Ih, cara, como essa é uma referência a uma novela das antigas, não espero que todo mundo se lembre. Então melhor ser um pouco mais específico – eu temia começar a babar pelo canto da boca e ter uma crise epiléptica, conseguindo, no máximo, entregar meu exemplar de Coraline antes de perder os sentidos.

Exageros e viadagens à parte (eu controlo razoavelmente bem as minhas faculdades mentais), entreguei pro Mr. Neil um exemplar do meu próprio livro (o Nerdquest, vocês sabem). Falei toda aquela bobagem clichezaça de sempre. Pô, todo mundo tem seu dia de farofeiro. Ele pegou o livro, agradeceu (It’s really very kind of you) e mandou:

- Ah, mas onde está a minha assinatura? Se você não assinar o meu livro, eu não assino o seu!

Golpe baixo, ein? Falhei vergonhosamente no Saving Throw. Entrei em torpor. PORRA. Eu dei um autógrafo pro Neil Gaiman! Se ele tivesse pedido pra eu traduzir o livro todo ali mesmo, eu não teria hesitado. Hehe.

Tá, antes que o primeiro espírito de porco (é vc, Gorda) comente, eu sei que foi “very kind of him”. Mas – tecnicamente – continua sendo um autógrafo! Tá valendo!

Bom, isso já valeu a ida à Paraty.

Ah, já valeu até ter escrito o livro, pô.

(E em breve atualizo novamente, com mais detalhes sobre o restante da Flip. Ou não).

Bjundas!


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